'A força do querer' termina nesta sexta; relembre 5 temas que a novela discutiu

vemvercidade 20 Out, 2017 11:14 - Atualizado em 20 Out, 2017 11:24 Do G1-BA

A força do querer" (Globo) termina nesta sexta-feira (20) como um dos maiores fenômenos de repercussão da TV nos últimos anos. Um de seus trunfos foi discutir temas polêmicos, que acabaram também dominando os debates na vida real.

Da criminalidade na trama de Bibi aos padrões de beleza desafiados por Biga, relembre abaixo cinco assuntos que a novela abordou.



Juliana Paes como Bibi em 'A força do querer' (Foto: Reprodução/TV Globo)

Criminalidade e justiça

Bibi, a Perigosa (Juliana Paes), entrou no mundo do crime por amor e acabou expondo na ficção problemas típicos de noticiário. A trama foi inspirada em uma história real, a de Fabiana Escobar, que foi casada por 11 anos com Saulo de Sá da Silva, o Barão do Pó da favela da Rocinha.

E Bibi sofreu: largou tudo para subir o morro com o marido, correu risco em tiroteios, teve que abandonar a mãe e foi traída. Mas também cometeu seus erros, e quase foi presa várias vezes. "Não acho que ela seja uma vilã patológica, que tenha má índole. Mas tem uma ética flexível demais para os meus padrões", disse Juliana ao G1.

A criminalidade personificada por Rubinho (Emílio Dantas) e Sabiá (Jonathan Azevedo) foi combatida por Jeiza (Paolla Oliveira). Por meio dela, a trama mostrou dramas de policiais militares e fez críticas a decisões da Justiça que liberam ou facilitam a fuga de criminosos.


Lilia Cabral como Silvana em 'A força do querer' (Foto: Reprodução/TV Globo)

Vício do jogo

Silvana (Lília Cabral) foi a responsável por expor na novela o drama de uma viciada em jogos de azar. Por causa do problema, chegou a correr risco de vida e ser presa. No decorrer da trama, passou por tratamento depois de quase perder o marido, mas voltou a jogar.

Nos últimos capítulos, a personagem apareceu no fundo do poço: vendeu tudo que tinha para pagar dívidas do jogo, mas ainda assim passou a ser ameaçada por um agiota.


Carol Duarte como Ivan em cena de 'A força do querer' (Foto: Reprodução)

Transexualidade e homofobia

Não foi a única vez que um personagem transexual apareceu em uma novela. Mas a trama de Ivan (Carol Duarte) foi a primeira na TV a se aprofundar nos aspectos de uma transição de gênero.

Ele nasceu Ivana e passou boa parte dos capítulos sem entender por que não aceitava o próprio corpo. Depois de se descobrir transexual, lidou com a incompreensão da família e dos amigos - um dilema também retratado do ponto de vista desses personagens -, e com o preconceito, que o levou a ser espancado.

Em entrevista ao G1, Carol defendeu a escolha de uma atriz cisgênero para o papel. "Fiquei feliz em poder levar esse tema para a casa das pessoas, porque me interessa falar sobre isso, mesmo não vivendo na pele. Atores e atrizes trans farão e estão fazendo a novela", disse. Maria Clara Spinelli interpreta Mira, braço direito da vilã Irene, e Tarso Brant vive Tereza, amigo de Ivan.

Nonato (Silvero Pereira) também debateu a homofobia na pele da transformista Elis Miranda. Através dele, a novela explicou de forma didática as diferenças entre um transexual - que não se identifica com o gênero de nascimento - e um travesti - que usa roupas associadas a um gênero que não é o seu.

"Acho a homofobia um câncer social causado pela desinformação e a falta de políticas públicas que defendam seus cidadãos de maneira horizontal e democrática”, disse o ator.


Paolla Oliveira como Jeiza em 'A força do querer' (Foto: Reprodução/TV Globo)


Machismo

Ritinha, Jeiza e Bibi, as três protagonistas da trama, destoam do padrão de mocinha doce e inquestionável. Gloria Perez diz que essa é uma característica de todas as suas personagens femininas. "Clara, Jade, Dara, Maya, Sol, Carmem, Morena etc. Todas elas enfrentavam desafios para buscar o que queriam para si", explicou.

Mais do que determinação, porém, algumas delas mostraram posicionamentos críticos ao machismo. Em "A força do querer", Jeiza desafiou o jeito autoritário do namorado Zeca (Marco Pigossi), sem colocar o amor à frente de seu trabalho como policial ou da realização pessoal no UFC.

Para a atriz, a personagem ficará marcada como uma mocinha que "tem força, luta por seus direitos, não abaixa a cabeça, chora e é feminista". "Isso é muito importante para mim, especialmente neste momento que estamos vivendo."


Mariana Xavier como Biga em 'A força do querer' (Foto: Reprodução/TV Globo)

Padrões de beleza

Cheia de amor próprio, Biga (Mariana Xavier), secretária na empresa dos Garcia, foi criada para mostrar que ser bem resolvido com a própria aparência nada tem a ver com um número na balança.

Muitas vezes, em seu discurso, a personagem deu lições a quem vive se metendo na vida alheia e sugerindo aos outros métodos para emagrecer. No fim da trama, tudo se encaminha para que ela se torne modelo plus size.