Boate Kiss: 4 anos após tragédia, réus ainda não foram julgados

vemvercidade 27 Jan, 2017 10:20 - Atualizado em 27 Jan, 2017 10:26 Do Notícias ao Minuto
Estimativa é que quatro responsáveis vão a julgamento em até três meses
Reprodução Estimativa é que quatro responsáveis vão a julgamento em até três meses

Cerca de 50 familiares e amigos de vítimas da tragédia Kiss participaram da vigília em frente ao prédio da casa noturna, na Rua dos Andradas no centro de Santa Maria. O momento é realizado desde 2013, como forma de homenagear as 242 pessoas que morreram após inalar fumaça tóxica no incêndio da boate, na madrugada de 27 de janeiro de 2013. Mais de 600 pessoas ficaram feridas.

Quatro anos após a tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e ninguém está preso. Das 30 pessoas apontadas no início das investigações, apenas quatro ainda são consideradas responsáveis pelo incêndio que causou a morte de 242 pessoas, a maioria com menos de 25 anos, em 27 de janeiro de 2013.

Aa única sentença do caso emitida pela Justiça comum foi convertida em serviços comunitários. Na última quinta-feira (26), véspera dos 48 meses da tragédia, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, os familiares das vítimas protocolaram um pedido de análise do caso na Organização dos Estados Americanos (OEA). O objetivo é responsabilizar o Estado brasileiro por omissão, negligência e descumprimento da lei, uma vez que os órgãos públicos saberiam de problemas no local.

Até agora, os sócios Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, donos da boate, além de Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão, da banda Gurizada Fandangueira, irão a júri popular. A decisão foi anunciada pelo Tribunal de Justiça, em julho passado, depois do recurso da defesa dos quatro ter sido negado na primeira instância.

O Tribunal previu que o recurso deva ser julgado em até três meses. A espera de quatro anos pela conclusão do julgamento é causada, segundo o desembargador e presidente do Conselho de Comunicação do TJ, Túlio de Oliveira Martins, pelo tamanho do processo que tem 96 volumes e mais de 20 mil páginas. A estimativa é que mais de 200 depoimentos foram colhidos.