Campanha internacional defenderá Lula
Diretores do Instituto Lula, o ex-ministro Paulo Vannuchi e a ex-assessora especial da Presidência Clara Ant acompanharam a produção da peça para evitar eventuais inconformidades. O objetivo é contestar as acusações que pesam contra o ex-presidente por suposta corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa, tráfico de influência e tentativa de obstruir a Justiça. O vídeo termina com Lula dizendo que "não quer nenhum privilégio, só o direito a um julgamento justo" e que "só não aceita a mentira".
Os advogados do ex-presidente também expõem o argumento da defesa, de que não há provas consistentes nas acusações, que seriam, no seu entendimento, movidas por interesses políticos. "É medo de o Lula se candidatar a presidente em 2018", disse João Felício, presidente da CSI, organização que reúne 180 milhões de sindicalistas associados. "Estou muito apreensivo e preocupado com o que pode ocorrer neste país. Prender uma pessoa assim, por mera suposição, é absurdo", afirmou o dirigente sindical.
Na versão que já está finalizada, de sete minutos, Lula aparece em gravações feitas após ser alvo de condução coercitiva e em manifestação contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A peça sustenta que a mídia brasileira "descreve, mas não explica os fatos", e assim normaliza uma "encenação", na qual o juiz Sergio Moro é tido como um "herói" e o indiciamento de Lula é tratado como condenação.
A expectativa é que a campanha também ressoe no Brasil, com a promoção do vídeo no Congresso Nacional, universidades, movimentos sociais e entre formadores de opinião. Apoiadores do ex-presidente vivem momentos de tensão com a expectativa, espalhada na internet, de que ele possa ser preso em breve.