'Carne Fraca' derruba vendas na BA e distribuidores preveem demissões
As vendas de carne no mercado varejista da Bahia tiveram uma queda de até 25% após a deflagração da operação Carne Fraca, há dez dias, segundo dados da Associação dos Distribuidores e Atacadistas do estado (ASDAB). O órgão ainda prevê aumento no desemprego no setor por conta do impacto negativo da ação no mercado.
A operação da Polícia Federal foi para apurar o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos de outros estados. Os estabelecimentos são suspeitos de vender produtos adulterados e até carne estragada.
Mercado baiano
Atualmente, o parque industrial baiano registrado no Serviço de Inspeção Estadual (SIE) é composto por 238 indústrias, sendo 38 matadouros frigoríficos (bovinos, suínos, caprinos, ovinos e aves), 141 laticínios, 23 de produtos cárneos, 11 de pescado, 13 de ovos e 12 de mel.
Em Itapetinga, no sudoeste do estado, onde fica o maior rebanho bovino da Bahia, frigoríficos que exportam carne para países asiáticos estão preocupados com as restrições. Um deles, que está em atividade há quatro anos e gera mil empregos diretos, começou a exportar a carne para Hong Kong e para a África há quatro meses e espera que a polêmica que envolve a produção de carne seja superada para ampliar os negócios para o Líbano e outros países do Oriente Médio.
"Isso prejudica a cadeia como um todo, desde o produtor a todos os frigoríficos. E nós nos incluímos nesse meio, porque isso tudo cria essa imagem negativa por um problema que nós cremos ser pontual. Cria uma imagem negativa para todo o país", diz José Marcos Costa, diretor do frigorífico, que produz, por mês, cerca de mil toneladas de carne.