Um delegado da Polícia Civil da Bahia foi afastado do cargo por 90 dias, suspeito de solicitar vantagens indevidas, de forma velada, a garimpeiros das cidades de Cansanção e Nordestina, na região sisaleira. O servidor foi alvo de mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (20), durante a operação “Ouro de Tolo”.

Além do afastamento, o delegado José Marcelo Bezerra de Santana teve suspensos o porte e a posse de arma de fogo.

Um Relatório de Inteligência Financeira juntado ao inquérito apontou movimentações suspeitas de mais de R$ 12 milhões nas contas pessoais do delegado nos últimos três anos, valor considerado incompatível com a renda dele.

As investigações também identificaram indícios de recebimento de recursos de mineradoras, comerciantes e postos de combustíveis da região.

De acordo com a polícia, o inquérito começou a partir de áudios enviados à Corregedoria da Polícia Civil, nos quais o delegado solicitava vantagens indevidas.

Nos autos, constam ainda denúncias de relação entre a delegacia que ele comandava e criminosos locais, incluindo traficantes de drogas. Em conversas extraídas de aplicativos de mensagens, o delegado aparece orientando um advogado a falsificar documentos para liberar valores apreendidos.

A operação cumpriu mandados por volta das 5h40 na casa do delegado. Foram apreendidos: R$ 90 mil em espécie; 1 celular; 1 pistola e uma espingarda calibre 12 com registro vencido.