Dilma aposta em defesa com tom 'autoral' e busca registro histórico

vemvercidade 26 Ago, 2016 10:38 - Atualizado em 26 Ago, 2016 11:04
E, mais do que isso, a presidente busca um \"registro histórico\", diante de um cenário difícil de ser revestido por ela
Reuters E, mais do que isso, a presidente busca um \"registro histórico\", diante de um cenário difícil de ser revestido por ela

Notícia ao Minuto 

Em sua última defesa no julgamento do Senado, Dilma Rousseff planeja fazer um discurso de cunho pessoal. A seu favor, a presidente afastada dirá que o processo de impeachment foi criado de maneira artificial para tirá-la do cargo após "vingança" e "chantagem" do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O pronunciamento de Dilma está marcado para a próxima segunda (29) no plenário do Senado para se defender das acusações de crime de responsabilidade fiscal. O discurso ainda não fechado e deve contar a ajuda do ex-presidente Lula para sua construção.

Segundo auxiliares, Dilma é extremamente atenta aos detalhes, estuda todas as citação até a última vírgula e tem lido textos do período do ex-presidente Getúlio Vargas para se inspirar na redação do discurso.

A ideia é fazer fala menos jurídica e técnica e apostar em trechos autorais e emocionais sobre sua trajetória na "luta pela democracia". Dilma quer reforçar a tese de que o processo está sendo realizado contra a Constituição e enumerar os efeitos do que chama de "golpe" nas esferas política, social e econômica do país, segundo informa a Folha de S.Paulo.

Um auxiliar de Dilma disse à Folha que ela está determinada a fazer de sua fala um "momento de impacto", em busca do apoio dos senadores. E, mais do que isso, a presidente busca um "registro histórico", diante de um cenário difícil de ser revestido por ela.

Os argumentos para justificar sua inocência serão os mesmos ecoados por sua defesa: não cometeu crime de responsabilidade fiscal e o processo foi "marcado" pelo "desvio de poder" de Cunha, responsável por conduzir o impeachment na Câmara.