Eleição revelou guinada do país à direita e ao conservadorismo
O resultado das eleições municipais 2016 marcam a volta do conservadorismo no país e o encolhimento do PT.
No segundo turno, a vitória do evangélico Marcelo Crivella para prefeitura do Rio de Janeiro foi o marco da nova onda de direita que vem crescendo no país. Crivella, do PRB, é bispo da igreja universal e defende valores tradicionais. No discurso após o resultado, ele disse “não” à legalização do aborto e à ideologia de gênero. E rezou um Pai Nosso. Crivella estava acompanhado de representantes de famílias tradicionais da política fluminense, de sobrenomes Bolsonaro e Garotinho.
O prefeito eleito no Rio é senador e foi ministro da Pesca no governo Dilma. Ele derrotou o candidato de esquerda Marcelo Freixo, do Psol. Apesar de perder a eleição, a ida de Freixo ao segundo turno, deixando um candidato do PMDB para trás, deu fôlego aos militantes de esquerda. Com apenas 11 segundos de tempo de TV, o candidato fez campanha nas ruas e nas redes sociais. Conseguiu 40% dos votos, contra 59% de Crivella.
PMDB e PSDB crescem
O PMDB, partido do presidente da República, Michel Temer, continua liderando o número de prefeituras no país e teve uma leve alta nesta eleição. Vai comandar 1038 cidades. O PSDB vem em seguida e já bem mais forte que antes, com um crescimento de 15% na quantidade de prefeitos eleitos. Agora são 803. Já o PT caiu de 638 prefeituras para 254. Menos da metade em relação a 2012. O partido de Lula e Dilma Rousseff só ganhou em uma capital: Rio Branco. No segundo turno, o PT perdeu todas as disputas.