Escritor luzense fala sobre o lançamento do seu primeiro livro ‘O Rouxinol e a Cotovia’

vemvercidade 01 Mai, 2017 17:51 - Atualizado em 01 Mai, 2017 17:53
Seu primeiro livro é marcado pela reflexão dos desencontros que a vida lhe propôs, em versos e poesias ele retrata como esses sentimentos alteraram a sua percepção do mundo.
Divulgação Seu primeiro livro é marcado pela reflexão dos desencontros que a vida lhe propôs, em versos e poesias ele retrata como esses sentimentos alteraram a sua percepção do mundo.

O luzense Givaldo do Carmo Souza, o 'Gil', bastante conhecido nos movimentos sociais de Santaluz e região, se preparar para lançar seu primeiro livro em maio, O Rouxinol e a Cotovia, que traz o amor para ser compreendido descrito como uma graça possível

O autor que é Pedagogo graduado e pós-graduado em gestão de cooperativismo com ênfase em economia solidária, relata que encontrou nas poesias as respostas para os enigmas das suas emoções.

Seu primeiro livro é marcado pela reflexão dos desencontros que a vida lhe propôs, em versos e poesias ele retrata como esses sentimentos alteraram a sua percepção do mundo. 

(Foto: Divulgação)

O lançamento ocorre no próximo dia 6 de maio, no espaço Palco Aberto, localizado na Praça do Saber em Santaluz, a partir das 20 horas, com atrações musicais locais, mas antes disso, o autor nos deu detalhes da obra que promete cativar os leitores, em entrevista exclusiva ao Vem Ver Cidade.

Confira:

VVC: A poesia que intitula o livro trata de um dilema vivido por um amor e seus desencontros.  Esta é a sua primeira obra como autor, nos conte como ocorreu a escolha do título?

A escolha do título se deu a partir da compreensão holística da obra, uma vez que a maioria absoluta das poesias fala, sobretudo, das emoções sentidas ou sonhadas, a partir de relações cotidianas, comuns a todos nós. Os encontros e desencontros que a vida nos proporciona. Lendo poesias clássicas, conheci a obra de poetas que escreveram para o Rouxinol, a cotovia, a bruma, a névoa... Ao pesquisar mais sobre o assunto, descobrir que o “Rouxinol” é um pássaro noturno e a “Cotovia” é um pássaro diurno - pássaros distintos, hábitos e mundos diferentes, reféns do acaso, desencontro evidente. Vi nisso, uma síntese da vida, encontros e desencontros.

VVC: A obra traz em seus versos um turbilhão de sentimentos que são descritos em suas poesias. Qual o mais intensa deles para você?

Pra mim é praticamente impossível escolher um só (risos). Poesias são como filhos – uma extensão de nós. Cada uma possui uma integridade, uma particularidade, uma inspiração própria que acaba confundindo minha preferência. Gosto de todas.

VVC: Em seu prefácio você disse que buscou descrever o amor compreendido e descrito como uma graça. Qual a intenção, o que você pensa em despertar no leitor?

Que a amar não é um privilégio para poucos, mas sim uma capacidade intrínseca do ser humano. Acredito que toda pessoa foi feita para o bem. Elas aprendem ou desaprende no decorrer do caminho. Então, minha intenção é que as pessoas se permitam a sentir o amor, pois faz bem para nós e para o mundo.

VVC: A obra é uma coletânea de poesias inspiradas em histórias que você viveu quando despertou em você o desejo de transformar essas histórias em poesias?

Algumas poesias foram sim, inspiradas em minha vida, desde adolescência até os dias de hoje. Outras foram inspiradas em histórias vividas por meus amigos, outras foram despertadas ao presenciar uma cena cotidiana, ou ao ouvir uma música, ao ler um livro, assistir um filme etc. Eu diria que a poesia surge a partir de experiências inspiradoras. Minha decisão de transformar essas experiências em poesia se deu quando, com sensibilidade, comecei a enxergar a grandeza da vida, das coisas, das pessoas e das emoções humanas. Como descreve Rubem Alves em “A Complicada Arte de Ver”.

VVC: Em seus agradecimentos você cita alguns dos movimentos sociais dos quais participa/ou. Você acha que o contato próximo com o movimento juvenil contribuiu de alguma forma para suas conclusões?

Sim! Trabalhar com juventude requer sensibilidade para compreender “o tempo do jovem”, o momento que estes estão vivendo, a condição social na qual estes se encontram. Minha atuação nos movimentos juvenis possibilita interagir, orientar, observar - Aprender enquanto ensino. Alguns desses jovens têm suas histórias contadas no meu livro, de forma poética. Eles me inspiram. Seja quando pedem para eu escrever uma poesia para homenagear a namorado (o), ou quando me contam sobre suas histórias de vida e a forma como estão lidando com as emoções nessa transição entre a adolescência e a vida adulta.

VVC: Você afirmou se entregar as asas da vida e buscar a essência das paixões mais intensas e estar aberto aos sentimentos. Como você definiria essa obra e os sentimentos que ela despertou em você?

Todos nós, em algum momento da vida, somos confrontados com sentimentos bons e ruins, a sabedoria consiste em aprender com cada um eles. Essa obra mostra que as emoções podem ser boas, inclusive as mais dolorosas. Mostra também que é permitido sentir, pois existe beleza em estar apaixonado (a). Que a grandeza das pessoas está justamente na capacidade que elas têm de valorizar o que é invisível aos olhos, o intangível. E por fim, mostra que viver é uma aventura imperdível.

VVC: Em meio a tantos desencontro e encontros já existem planos para um segundo livro?

Sim. Tenho dois projetos para os próximos anos.

Quero escrever um livro sobre “As Formas de Organização das Juventudes” – falar de liderança, protagonismo, relatar experiências de jovens que fazem a diferença cotidianamente em grupos e instituições.

E quero escrever outro livro de poesias, até para poder comparar com este primeiro, afinal o tempo passa e nossas perspectivas mudam, quero vislumbrar o rumo literário das minhas.

VVC: O que o lançamento desse livro representa para você?

Três elementos bastante simbólicos:

1.  Realização Pessoal – Deixar minha marca na terra, meu dedo na história, e provar algo que pode parecer clichê: “Para que um sonho se realize você só precisa acreditar e lutar por ele”.

2.  Contribuir para história literária – A responsabilidade de incentivar a cultura é de todos nós. Se pudermos produzir conhecimento e disponibilizar ao mundo de alguma forma, por que não?!

3.  Eternizar pessoas, lembranças e ideias – A arte, a cultura, a literatura transcendem os limites do tempo, assim “O Rouxinol e a Cotovia” viverá pra sempre na história e na memória de cada leitor.