Geddel chora em depoimento ao saber que continuará preso
O ex-ministro Geddel Vieira Lima chorou após ouvir do juiz Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, que irá permanecer encarcerado por tempo indeterminado. Vallisney afirmou que irá analisar o pedido de soltura na próxima semana.
Os advogados solicitaram a prisão domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica por Geddel. "Se a vossa excelência quiser colocá-lo em prisão domiciliar sem celular assim como já foi feito, pode ser feito desde agora", argumentou o advogado Gamill Föppel.
O juiz Vallisney deu três dias úteis de perícia mais as 24 horas que o Ministério Público tem para se pronunciar. O ex-ministro foi preso na última segunda (3) acusado de obstrução de justiça.
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'Tudo isso é uma surpresa', afirma Geddel sobre prisão preventiva
Geddel disse esta "surpreendido" com sua prisão preventiva. Ele negou ter sido "maltratado" durante o ato de seu encarceramento e alegou não ter tido "tratamento diferenciado".
A detenção dele foi decretada pelo juiz federal da 10ª Vara, Vallisney de Oliveira, no âmbito da "Operação Cui Bono?". "Tudo isso pra mim aqui é uma surpresa. Tenho 58 anos de idade e não tinha nenhum tipo de problema. Coopero com a Justiça e sempre cooperei. Tudo que eu fiz foi sob orientação dos meus advogados. Tenho crença inabalável que em nenhum momento eu tomei nenhuma atitude que pudesse ser interpretada como um embaraço à Justiça", relatou.
A prisão é de caráter preventivo e tem como fundamento elementos reunidos a partir de informações fornecidas em depoimentos recentes do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, do empresário Joesley Batista e do diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva, sendo os dois últimos, em acordo de colaboração premiada.
Os procuradores afirmam que Geddel tem agido para atrapalhar as investigações. O objetivo de Geddel seria evitar que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o próprio Lúcio Funaro firmem acordo de colaboração com o Ministério Público Federal. Para isso, segundo os investigadores, tem atuado no sentido de assegurar que ambos recebam vantagens indevidas, além de "monitorar" o comportamento do doleiro para constrangê-lo a não fechar o acordo.