Grávida de quadrigêmeos, mãe feirense recebe campanha por doações

vemvercidade 17 Mai, 2017 21:42 - Atualizado em 17 Mai, 2017 21:46 Do Correio*

A primeira coisa que a operadora de telemarketing Rosilene Santana, 29 anos, sentiu foi medo. Não era para menos. Não é qualquer dia que alguém recebe a notícia de que vai ser mãe de trigêmeos. Mas a novidade ainda estava incompleta. Duas semanas depois, um exame médico trouxe uma nova informação: na verdade, não se tratavam de três bebês, mas de quatro.

Essa gravidez – totalmente natural – de quadrigêmeos foi acontecer em Feira de Santana, no Centro-Norte do estado. As chances de ter quatro bebês de uma só vez de forma natural são bem pequenas: uma em 600 mil. Rosilene, que já é mãe de Kauan, 8 anos, está hoje com 22 semanas de gestação. Enquanto espera a chega de duas meninas e dois meninos, ela se acostumou a escutar a piada de que ‘com essa sorte, pode jogar na loteria’.

O parto – uma cesariana, devido aos riscos da gravidez – não deve passar de julho. “Nunca imaginava que poderia ser mãe de gêmeos, quem dirá de quadrigêmeos”, brinca. De fato, ela sonhava com outro filho. Outro bebê que fizesse companhia a Kauan, o mais velho. No final de 2015, chegou a engravidar, mas, em janeiro de 2016, sofreu um aborto espontâneo.  

Um ano depois, em janeiro de 2017, soube dos quadrigêmeos. “Meu filho fala que pediu tanto a Deus por um irmão que ele mandou quatro”, diz Rosilene, que já escolheu os nomes dos pequenos. Agora, os companheiros de Kauan serão Kauane (nome escolhido por ele), Kaylane, Kauê e Kaio. Os nomes todos com ‘K’ não são por superstição. Ela garante que foi quase uma consequência – só tomou a decisão quando o filho mais velho pediu que uma das irmãs fosse sua ‘quase xará’. 

O marido também não escondeu a surpresa. Chegou até a achar que se tratasse de uma brincadeira. “Ele só acreditou quando chegou em casa e viu o exame. Ele ficou tão feliz e tão assustado ao mesmo tempo que só ficava rindo”, diz ela, que tem se acostumado com as emoções mistas nos últimos tempos. 

Hoje, ela diz que já está mais tranquila. Tem tentado controlar a ansiedade ‘para não prejudicar os bebês’. “Mas não vejo a hora de estar com meus pequenos no colo”, conta, na entrevista por telefone. Um segundo depois, ela se corrige: não vai conseguir carregar os quatro no colo. “Mas a gente ajeita”, completa. 

Campanha para doações 

Porém, muitos bebês vêm com muitas responsabilidades. Como a gravidez é de risco, Rosilene teve que ser afastada do trabalho por recomendações médicas e hoje recebe a pensão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O marido, que trabalha com carga e descarga, ganha um salário mínimo. 

Quando souberam da história de Rosilene, um grupo funcionários e gestores da Tel Centro de Contatos, onde ela trabalha desde o início de 2015, decidiu organizar uma campanha para arrecadar doações para ajudar a nova mamãe e os quatro bebês que estão a caminho. 

A ideia é arrecadar donativos até o início de junho, quando uma equipe da Tel deve levar tudo a Feira de Santana. “É muito legal esse engajamento, porque a gente vive um momento muito focado em materialismo. O principal é despertar o sentimento de compartilhar, de dividir. Ainda que a gente tenha pouco, tem alguém que tem ainda menos ou que, naquele momento, encontra-se numa situação que precisa de ajuda”.