Jerônimo faz 20º pedido de empréstimo e já soma R$ 25 bilhões em financiamentos
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) enviou à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) o 20º pedido de empréstimo desde que assumiu o cargo. A nova solicitação, no valor de R$ 2 bilhões, eleva o total de financiamentos contratados pelo governo petista para R$ 25 bilhões, superando a soma dos empréstimos feitos pelos três últimos antecessores.
O Projeto de Lei nº 26.015/2025 pede autorização para contratar o novo financiamento junto ao Banco do Brasil, com garantia da União. Segundo o texto enviado à Alba, os recursos serão direcionados para mobilidade urbana e interurbana, infraestrutura hídrica e viária, além de edificações públicas.
Ainda conforme o projeto, os valores devem ser consignados como receita no orçamento estadual ou incluídos por meio de créditos adicionais. A Secretaria da Fazenda da Bahia (Sefaz) ainda não se pronunciou sobre a nova solicitação.
Em agosto, Jerônimo já havia obtido autorização da Alba para outro empréstimo, no valor de 122,5 bilhões de ienes japoneses — cerca de R$ 4,5 bilhões — junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). À época, a Sefaz afirmou que os empréstimos estavam sustentados pela “consistente realidade financeira das contas do Estado da Bahia”, destacando o equilíbrio fiscal e o baixo nível de endividamento estadual.
Apesar das justificativas do governo, analistas políticos avaliam que Jerônimo tende a quebrar recorde de captação de recursos até o fim de sua gestão, em 2026.
O novo pedido de financiamento provocou reação da oposição na Alba. O líder do bloco oposicionista, deputado Tiago Correia (PSDB), criticou o volume de empréstimos e a ausência de entregas proporcionais.
“Não somos contra a antecipação de recursos. O governo perde oportunidade, insiste. A sensação é que esses recursos são jogados fora e a Bahia está perdendo a oportunidade de ter investimentos que poderiam mudar a realidade do baiano”, disse Correia.
O vice-líder da oposição, deputado Alan Sanches (União Brasil), também se manifestou contra o novo pedido e lembrou que a gestão tem feito solicitações frequentes.
“Será que a população está vendo mudanças, melhorias na Bahia? Até agora, a gente não viu nenhum efeito prático de tanto recurso que o governo tem pedido. A violência continua desenfreada, a fila da regulação nunca melhora e a Bahia não sai das últimas posições de educação no Brasil”, criticou Sanches.