Jovem é achada morta horas após denunciar assédio de professor

vemvercidade 10 Nov, 2016 17:45 - Atualizado em 10 Nov, 2016 22:01
Na manhã desta quarta-feira (9), Ariadne publicou no Facebook uma carta afirmando que era assediada por um professor de Direito Tributário da Universidade de Brasília (Unb).
Reprodução/Facebook Na manhã desta quarta-feira (9), Ariadne publicou no Facebook uma carta afirmando que era assediada por um professor de Direito Tributário da Universidade de Brasília (Unb).

O corpo da bacharel em direito Ariane Wojcik, de 25 anos, foi encontrado por equipes do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) nesta quarta-feira (9) em um ponto turístico de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá.

A jovem desapareceu após fazer post denunciando um professor por assédio durante um estágio (íntegra abaixo). Segundo a Polícia Civil, um inquérito deve ser aberto para investigar a causa da morte.

A suspeita é de que ela chegou no Mirante em um táxi e se jogou logo em seguida. No local, o delegado encontrou a bolsa dela, com documentos pessoais e uma carta de despedida.

Na manhã desta quarta-feira (9), Ariadne publicou no Facebook uma carta afirmando que era assediada por um professor de Direito Tributário da Universidade de Brasília (Unb). Ela estagiava no escritório do docente.

“Comecei no estágio novo super empolgada, eu achava aquele professor o máximo, extremamente inteligente, detalhista, perspicaz, minucioso, brilhante. Como poderia ser ruim? Até que as coisas começaram a ficar esquisitas, vários presentes injustificados, mensagens por WhatsApp totalmente fora do contexto do trabalho (P.ex: “sou seu fã”, ou “você é demais”) e fora de hora, muitas, muitas, muitas, perguntas de cunho pessoal. Na época eu desconfiava, mas pensava: acho que não, ele é professor da UnB, me deu 1 ano de aula, é procurador do DF, tem um currículo e uma reputação impecável, é casado, ele não faria isso”, escreveu.

Veja o post na íntegra 


O OUTRO LADO

O professor da Universidade de Brasília negou as acusações da jovem e disse que, de acordo com os amigos, ela enfrentava problemas psiquiátricos. Ele também diz, de acordo com o Correio Braziliense, que um documento que provaria sua inocência já havia sido elaborado de uma possível acusação. Ele entregaria à reitoria para não prejudicar a carreira da moça.

Ainda de acordo com o Correio Braziliense, o professor Rafael Santos afirmou que não tinha contato com a jovem desde agosto.

"Em uma mensagem, ela disse que eu deveria desinstalar a câmera que eu teria colocado na casa dela. Mas isso não existiu. Eu não instalei câmera nenhuma e disse isso a ela", informou o advogado, ressaltando que tudo não passava de "coisa da cabeça dela".

Questionado sobre ter um relacionamento com a jovem, ele disse que preferia não comentar o assunto. Informações do Portal Metropoles