Michael Phelps \"ser que veio do Olimpo\"
A primeira pessoa a escrever algo sobre as figuras do Olimpo, que vieram a ser chamadas de deuses da mitologia grega, estava falando de seres como Michael Phelps. Criaturas aparentemente comuns, com características humanas, mas dotadas de dons extraordinários.
Aos 31 anos, Phelps, como todo ser humano, coleciona frustrações e superações na sua vida pessoal. Já foi preso por dirigir alcoolizado. Já foi flagrado fumando maconha. Ficou de fora de fora de um Mundial por conta de questões com a justiça. Mas pelo o que parece superou tudo isso e hoje vive uma vida equilibrada.
Quando cai na piscina, porém, o lado humano (de altos e baixos) do norte-americano dá lugar à face olímpica; 'olímpica' no sentido de 'ser que veio do Olimpo'.
A superioridade do prodígio de Baltimore frente aos outros competidores, que são os melhores do mundo, salta aos olhos. De modo que superá-lo, como fez o cingapurenho Joseph Schooling, é um feito que está além do ouro.
A grande maioria dos atletas dedica a vida a conquistar uma medalha nos Jogos quadrienais. Poucos atingem esse feito. Já Phelps pôs no peito 28 brasões olímpicos.
Graças a ele, o hino norte-americano foi entoado 13 vezes na história dos Jogos. Ele ainda contribuiu em outra 10 oportunidades para os USA cravarem sua bandeira no topo do pódio sagrado.
Ainda que soe pitoresco, o 13º ouro olímpico individual de Phelps representou a quebra de um recorde que durava mais de dois mil anos e pertencia ao não menos mitológico Leônidas de Rodes; corredor que venceu 12 provas, em 3 categorias, nas edições de 164, 160, 156 e 152 a.C(s).
Em um dado mais recente, porém, não menos inacreditável, a medalha 13 do 'Aquaman' é a medalha 1001 dos Estados Unidos em Olimpíadas e, ao que tudo indica, a última do mito em Jogos Olímpicos.
Por mais contraditório que seja, os Estados Unidos são uma nação. E, nada mais significativo que a contagem do segundo milhar de ouro dessa superpotência, tenha se iniciado com a quebra de uma marca bimilenar, que foi também o ponto final de uma história que está imortalizada. O esporte deve eterna gratidão a Michael Fred Phelps II.
Fonte: Saulo Miguez