Sem manobras radicais do grau, mas com escapamento adulterado e muito barulho: lambretas já agitavam os festejos de Santaluz há quase 60 anos
Antes do “grau” com motos empinadas se tornar atração no Santaluz Fest — evento que celebra a emancipação política da cidade — o barulho dos motores já fazia parte da identidade local. Só que em outro ritmo.
No final da década de 1960 e inicio dos anos 70, durante o Carnaval, grupos de jovens percorriam as ruas de Santaluz em lambretas com escapamentos abertos. Entre eles, estava Itário Marques, que era ao mesmo tempo piloto e fotógrafo, registrando a cidade enquanto também vivia suas festas.
Segundo Itário, tudo era feito com responsabilidade e espírito festivo. “Eu era o porta-voz do grupo. A gente pedia autorização ao delegado — que também era o sargento — e saía pra se divertir. Era Carnaval, e o barulho fazia parte”, lembra.
As motos circulavam pelas ruas com escapamentos adulterados, mas sem manobras perigosas. “Nada de risco, era só o som das lambretas e alegria. Alguns reclamavam, claro, mas a maioria aplaudia.”, completou.
🎭 Antes do Santaluz Fest, o Carnaval reinava
Na época, ainda não existia o Santaluz Fest. A grande festa do calendário era o Carnaval, onde os lambreteiros eram uma das atrações espontâneas mais esperadas.
🏍️ Hoje, o barulho continua — com adrenalina
Foto: Instagram/reprodução
Com a chegada do Santaluz Fest, a prática do “grau” ganhou espaço e visibilidade. Hoje, o barulho permanece — mas vem acompanhado de manobras radicais, exigindo técnica e trazendo certo risco aos praticantes.
A exibição costuma ocorrer em áreas controladas, dentro da programação oficial da festa.