Bolsonaro determina que militares celebrem golpe de 64 no próximo domingo (31)

vemvercidade 26 Mar, 2019 08:18 - Atualizado em 26 Mar, 2019 08:44 Agência O Globo
Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro determinou que as Forças Armadas comemorem o golpe militar de 1964, que completa 55 anos no próximo domingo, dia 31 de março. A informação foi confirmada na tarde desta segunda-feira pelo porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, em declaração à imprensa.

Não há a previsão de que haverá alguma celebração do Palácio do Planalto, nem de que o presidente participará de algum ato. No aniversário da data, que iniciou um período de 21 anos de ditadura no país, Bolsonaro estará em Israel. Ele embarca para visita oficial ao país do Oriente Médio no próximo sábado.

Os anos de ditadura militar foram marcados pelo fechamento do Congresso Nacional, cassação de direitos políticos, perseguição e tortura de adversários políticos, além de censura à imprensa.

— O presidente não considera o 31 de março de 1964 golpe militar. Ele considera que a sociedade, reunida e percebendo o perigo que o país estava vivenciando naquele momento, juntaram-se civis e militares, e nós conseguimos recuperar e recolocar o nosso país num rumo que, salvo melhor juízo, se tudo isso não tivesse ocorrido hoje nós estaríamos tendo algum tipo de governo aqui que não seria bom para ninguém — disse o porta-voz, que também é general.

De acordo com Rêgo Barros, Bolsonaro determinou que o Ministério da Defesa faça "as comemorações devidas", incluindo a ordem do dia, que é uma mensagem comemorativa das Forças Armadas. O texto já foi aprovado pelo presidente.
Segundo o porta-voz, a celebração deverá seguir aquilo que "os comandantes acharem dentro do contexto de suas respectivas guarnições".

Na última quinta-feira, no Chile, Bolsonaro falou sobre sua visão acerca da ditadura de 1964. Na ocasião, ele reverenciou o ditador chileno Augusto Pinochet, que comandou o país de 1973 a 1990, em anos marcados por violência com a morte de mais de 3 mil pessoas.

— Falo sobre um regime militar que foi muito parecido no Brasil, inclusive dizendo que quem cassou João Goulart não foram os militares, foi o Congresso — disse o presidente.