Canonização de mártires brasileiros reúne 35 mil fiéis no Vaticano

vemvercidade 15 Out, 2017 22:49 - Atualizado em 16 Out, 2017 00:53 Folhapress
O grupo de mártires teve as línguas decepadas e os braços e pernas arrancados.
REUTERS/Alessandro Bianchi O grupo de mártires teve as línguas decepadas e os braços e pernas arrancados.

Em missa acompanhada por 35 mil fiéis no Vaticano, o papa Francisco canonizou neste domingo (15) 30 mártires assassinados no século 17 no Rio Grande do Norte, durante o período de dominação holandesa na região.

Os padres André de Soveral, Ambrosio Francisco Ferro e mais 28 pessoas, incluindo um francês, são os primeiros mártires do Brasil, mortos por índios e soldados holandeses em dois massacres no ano de 1645. Também se tornaram santos três mexicanos, um italiano e um espanhol.

O grupo de mártires teve as línguas decepadas e os braços e pernas arrancados. Uma das vítimas, Mateus Moreira, repetia "Louvado seja o Santíssimo Sacramento" enquanto tinha o coração arrancado pelas costas, segundo relato da Igreja Católica. Eles haviam sido beatificados pelo papa João Paulo 2º no ano 2000.

"Não se pode dizer 'Senhor, Senhor' sem viver e colocar em prática a vontade de Deus. Necessitamos nos revestir a cada dia com seu amor, de renovar a cada dia a escolha de Deus. Os santos canonizados hoje, sobretudo os tantos mártires, indicam esse caminho. Eles não disseram 'sim' ao amor apenas com palavras, mas com a vida, e até o fim", afirmou o papa na cerimônia.

Depois da missa, o pontífice anunciou a convocação de um sínodo -reunião de bispos- especial dedicado à Amazônia, que acontecerá em outubro de 2019 em Roma.

Ele pediu aos novos santos, pouco depois da canonização na Praça de São Pedro, que intercedam pelo evento. Segundo o papa, o objetivo do sínodo é encontrar caminhos para "a evangelização daquela parte do povo de Deus, especialmente os indígenas" e também por causa da crise da floresta Amazônica".