Criticado por Lula, Bolsonaro usa máscara e abraça discurso pró-vacina

vemvercidade 10 Mar, 2021 19:21 - Atualizado em 10 Mar, 2021 19:23

Horas depois do discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticando a gestão de Jair Bolsonaro (sem partido) no enfrentamento da pandemia do coronavírus, o presidente da República usou máscaras e retomou o discurso pró-vacina, que vem sendo adotado nas algumas semanas numa tentativa de estancar seu desgaste político. As informações são do Portal UOL.

Bolsonaro também defendeu a atuação de seu governo contra a covid-19 e, sem citar Lula, falou em "responsabilidade". "Fomos e somos incansáveis no combate à pandemia de coronavírus", disse ele na tarde de hoje (10), em cerimônia no Palácio do Planalto para sanção de projetos de lei que visam destravar a importação de vacinas, como as da Pfizer e da Janssen.

O presidente vetou, porém, um dispositivo que obrigava a União a bancar doses compradas por estados e municípios. O Planalto alegou falta de compensação financeira.

Um dos projetos sancionados hoje por Bolsonaro autoriza o setor privado a comprar doses da vacina. Todos os produtos, no entanto, terão de ser doados ao SUS (Sistema Único de Saúde (SUS) até a vacinação dos grupos prioritários. Depois, as empresas poderão ficar com a metade das doses que compraram, mas não poderão comercializá-las e deverão aplicar as vacinas gratuitamente. Outra proposta sancionada dá prazo de sete dias para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidir sobre a autorização de uso emergencial e temporário de vacinas que tenham recebido aval de outros países.

Na cerimônia desta tarde, tanto Bolsonaro como ministros contrariaram o hábito de não usar máscaras e, a exemplo do que Lula tinha feito horas antes em discurso em São Paulo, se apresentaram com o equipamento de proteção.Bolsonaro só tirou a máscara para discursar. Em sua fala, manteve a mudança de tom de suas declarações em relação às vacina contra a covid, assim como fez pela manhã em conversa com apoiadores no Alvorada. Desde o início da pandemia, Bolsonaro minimizou a doença, disse que não tomaria a vacina, questionou a CoronaVac e defendeu a não obrigatoriedade da imunização.