Demolição de prédio público divide opiniões em Santaluz

vemvercidade 16 Fev, 2018 19:33 - Atualizado em 16 Fev, 2018 21:57 Da Redação
Prédio onde funcionava antiga prefeitura.
Foto: Vem Ver Cidade Prédio onde funcionava antiga prefeitura.

O antigo prédio da Prefeitura de Santaluz está prestes a ser demolido pela gestão de Quitéria Carneiro (PSD). Tudo indica que seja em virtude de reformas que estão acontecendo no centro da cidade e da inatividade do imóvel após o funcionamento do Centro Administrado, inaugurado no final de 2016 na gestão do ex-prefeito Zenozinho. A medida, porém, divide opiniões.

Um vídeo publicado no Facebook pelo radialista Jessivaldo Dias, o Djota da Santa Luz FM, no inicio desta semana, trouxe à tona a necessidade de pensar sobre a manutenção da memória local e prioridades de uma gestão pública.

No vídeo, de 1 minuto, gravado na frente do prédio, Djota diz: “O que eu quero para o futuro do município? Que preserve o passado, porque passado faz parte do presente ”. Ao final da gravação, ele ainda questiona: “Demolição ou restauração?” [ Assista ao final da matéria]. 

A publicação rapidamente viralizou, seguidores do radialista começaram a comentar e compartilhar o vídeo. Em um deles, o também comunicador e mestrando do Programa em Critica Cultural da Uneb, Edisvânio Nascimento, enfatizou a importância da preservação do patrimônio histórico, e criticou a falta de diálogo do poder público local com a comunidade luzense.

.... Quando se trata de medidas que é de interesse de uma coletividade, quando se refere ao patrimônio histórico, há que se levar em consideração. Não podendo este ou aquele Governo decidir ao seu bel prazer, de forma verticalizada. Logo, se pensa que uma consulta pública deveria ser feita (...), comentou.

Ainda em seu comentário, Edisvânio questiona o termo “progresso” e as prioridades da gestão municipal: Progresso, é o apagamento de uma memória, de uma história? Progresso é abrir ruas, construir praças? Não seria progresso também, ao invés construir tantas praças e afins, lutar por construções de moradias para tantas famílias necessitadas? Ou isso não está em voga? Construir moradias dignas, para os que necessitam, oferecer à população um hospital/serviço que permitam aos cidadãos e cidadãs acesso qualificado à saúde com equipamentos de ponta, com especialidades que não forcem a tanta gente se humilhar viajando mais de 250 kms saindo madrugada? Não seria progresso também ao invés de se gastar absurdos com demolições que causam o apagamento da história, buscar meios que gerem emprego e renda para as pessoas? Investir em educação e qualificação etc?.

O tom de 'não ao demolimento' é reforçado por outros seguidores: "Um Povo que não preserva sua história, acaba por ser escravo". “Seria bom apenas restaurar e deixar pra ser um museu”.

Já os defensores da demolição, em suma,  pontuaram  questões relacionadas a mobilidade urbana. Segundo os cometários, a cidade está crescendo e o prédio atrapalha o fluxo de veículos e pedestrres:

“Às vezes é necessário, e o caso desse antigo prédio, a cidade está crescendo e esse ponto e crucial”.

“...Demolir um edifício velho e construir um moderno em seu lugar, será mais seguro bem como irá favorecer o aspecto da zona em causa (...)”.

“A cidade fica bem mais bonita sem esse patrimônio tapando as Ruas, é minha opinião”.


A reportagem do Vem Ver Cidade entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura afim de obter mais detalhes sobre o assunto, mas até o momento não houve resposta.