Demolição de túmulo ao lado de capela gera polêmica em Queimadas; restos mortais são colocados em sacos plásticos

vemvercidade 22 Mar, 2018 11:21 - Atualizado em 22 Mar, 2018 16:03 Da Redação
O túmulo, com mais de 60 anos, ficava próximo à Capelinha de São José
Foto: Reprodução/Rede social O túmulo, com mais de 60 anos, ficava próximo à Capelinha de São José

Um vídeo que circula nas redes sociais está causando bastante polêmica em Queimadas, cidade da região sisaleira da Bahia. Nele, uma urna funerária é demolida por uma pá carregadeira com auxílio de operários.  O túmulo, com mais de 60 anos, ficava próximo à Capelinha de São José e lá estavam enterrados Dolores Crespo Barreto, Milu Pedreira, Generosa Crespo e Faterno Crespo. Fotos em que aparecem restos mortais dentro de sacos plásticos também foram largamente compartilhados.

Em contato com a nossa reportagem, Rita de Cássia Crespo Barreto e Genildo Pedreira – parentes dos extintos, afirmam que suas famílias não autorizou a derrubada, e só tomaram conhecimento do fato através das redes sociais onde estavam sendo veiculados vídeo e fotos do ato classificado por eles como 'macabro'. Ainda segundo Cássia e Genildo, as famílias Crespo e Pedreira estão indignadas com a destruição do túmulo e não sabem para onde foram levados, nem o que foi feito com os restos mortais dos seus parentes. Na última quarta-feira (14), familiares prestaram uma queixa na delegacia de Polícia Civil da cidade.

Restos mortais foram colocados dentro de sacos plásticos. (Foto: Rede social/reprodução)

Também em uma rede social, o Frei Cláudio Florentino, pároco local, disse que o terreno, onde ficava o túmulo, pertence à Igreja Católica e que a família não o havia comprado. Além disso, segundo ele, a sepultura havia virado depósito de lixo e criatório de ratos e baratas. “(...) Na minha opinião foi acertada a decisão de demoli-los, com tanto (sic) que façam realmente o prometido, colocar as placas em memória aos irmãos ali sepultados (...)”, acrescentou o frei sem explicar de quem foi a decisão e nem quem teria prometido colocar placas em memória às pessoas ali enterradas.

A nossa reportagem entrou em contato com a delegacia local e foi informada, sem muitos detalhes, que algumas pessoas já foram convocadas para serem ouvidas – dependendo do que for previamente apurado, pode ser aberto um inquérito civil.

A violação de urna funerária é um crime que está previsto no artigo 210 do Código Penal, com pena de reclusão de um a três anos.