Governo gastou R$ 125 milhões em compras de Tamiflu e pagou até 33% a mais na cápsula

vemvercidade 12 Abr, 2021 11:03 - Atualizado em 12 Abr, 2021 11:04 Metro 1
Medicamento foi incluído na nota informativa com orientações para o chamado tratamento precoce contra a Covid-19
Foto: Reprodução Medicamento foi incluído na nota informativa com orientações para o chamado tratamento precoce contra a Covid-19

O Ministério da Saúde gastou R$ 125 milhões com o Tamiflu, um medicamento contra a gripe que não tem eficácia para a Covid-19. Segundo levantamento da Folha, a pasta comprou 28 milhões de cápsulas e pagou até R$ 5,33 por dose. Antes da pandemia, o medicamento custava R$ 4, uma diferença de 33,2%.

A pasta decidiu apostar no medicamento argumentando que ele seria necessário para evitar superlotação de hospitais por síndromes respiratórias decorrentes do vírus da gripe e do H1N1.

O ministério, então, incluiu o Tamiflu (fosfato de oseltamivir) na nota informativa com orientações para o chamado tratamento precoce contra a Covid-19. A droga está ao lado de cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina, todas elas sem eficácia para a doença.

Segundo nota informativa do Ministério da Saúde de 30 de julho de 2020, o Tamiflu deve ser recomendado para crianças com sintomas leves, moderados e graves, com o propósito de "exclusão de influenza". Essa nota, que baliza a recomendação do chamado "kit Covid", com a cloroquina à frente, substituiu outros dois protocolos do tipo. O primeiro é de maio, e não previa Tamiflu.