Jovem usa redes sociais para denunciar padrasto por tortura e estupro contra ela e a mãe; 'Abortei várias vezes'

vemvercidade 20 Fev, 2019 15:17 - Atualizado em 20 Fev, 2019 15:22
oradora de Camaçari denunciou caso à Polícia Civil. Mãe prestou depoimento e confirmou acusações; suspeito foi preso e nega acusações.
Reprodução oradora de Camaçari denunciou caso à Polícia Civil. Mãe prestou depoimento e confirmou acusações; suspeito foi preso e nega acusações.
oradora de Camaçari denunciou caso à Polícia Civil. Mãe prestou depoimento e confirmou acusações; suspeito foi preso e nega acusações.
Reprodução oradora de Camaçari denunciou caso à Polícia Civil. Mãe prestou depoimento e confirmou acusações; suspeito foi preso e nega acusações.

A história de Eva Luana é aterrorizante e tem ganhado repercussão online nas últimas horas. A jovem de Camaçari, na Bahia, usou as redes sociais para denunciar os casos de abuso sexual e tortura que ela e a mãe sofreram nos últimos oito anos. O responsável? O padrasto.

Em sua página no Instagram, Eva publicou uma sequência de fotos em que relata tudo o que passou desde os 12 anos, que vai de estupros e agressões físicas a formas de tortura: "As agressões eram verbais, físicas e psicológicas. Entre elas comer muito, em tempo estipulado. Isso aconteceu com uma pizza família, pra comer inteira em 10 minutos. Óbvio que não conseguimos. Também tomar 2 litros de refrigerante nesses 10 minutos... eu levei socos no rosto e ele não me deixava me proteger com a mão. Chutes até cair no chão", escreveu ela. 

Segundo o relato, ela chegou a fazer uma denúncia formal contra o padrasto, mas "o Estado falhou a tal ponto que o meu caso não chegou nem ao Ministério público", e ela precisou retirar a queixa por conta de ameaças do homem. 

Contando em detalhes o que passou, Eva explica que era monitorada 24 horas por dia, que seu celular era checado diariamente e os seus horários, muito rígidos. Além disso, o abuso sexual lhe rendeu uma série de traumas: "Já abortei diversas vezes. Nunca pude ir ao médico pra fazer curetagem. Todas as vezes sangrava e passava mal a noite inteira", diz ela.

Eva escreve que agora está sob proteção jurídica, e que contou com a ajuda de "um anjo", alguém que se apaixonou por ela e em quem ela pode confiar o suficiente para contar a sua história e pedir por ajuda. 

"Ele buscou ajuda de um outro anjo, que me mostrou que a justiça ainda pode nos salvar. Desde então, todos colaboram como uma cadeia de solidariedade e amor. Estamos em segurança, mas ao mesmo tempo correndo riscos. Medo me define por completo, no entanto, tenho forças pra dizer: Lutei como uma garota e vou continuar lutando por outras garotas. Se algo me acontecer eu não terei dúvidas que tentei sair dessa e lutei essa guerra com todas as minhas forças".