A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (27/11), a Operação Slim, contra um esquema de produção e comercialização ilegal de medicamentos à base de tirzepatida, substância presente em remédios como o Mounjaro, usado no tratamento de diabetes e obesidade.

Entre os investigados está o médico baiano Gabriel Almeida, conhecido nas redes sociais, onde acumula quase 750 mil seguidores. Ele é suspeito de integrar a quadrilha, mas nega qualquer envolvimento.

Laboratórios clandestinos

A PF cumpre 24 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. As diligências ocorrem em clínicas, laboratórios, residências e estabelecimentos comerciais ligados aos investigados.

Segundo as investigações, o grupo atuava com estrutura industrial clandestina, em desacordo com normas sanitárias. O medicamento era fracionado, envasado, rotulado e distribuído ilegalmente, sem autorização dos órgãos competentes.

Riscos à saúde

De acordo com a Polícia Federal, a fabricação ocorria em ambientes inadequados e sem qualquer controle de qualidade, esterilidade ou rastreabilidade. O produto era vendido principalmente pelas redes sociais, o que aumentava o risco sanitário para os consumidores.

Além disso, estratégias de marketing digital foram utilizadas para simular legalidade na produção do composto.

Defesa

A defesa de Gabriel Almeida afirmou, em nota, que o médico “não fabrica, não manipula e não rotula qualquer espécie de medicamento”. Disse ainda que a acusação seria “tecnicamente impossível”, já que o profissional atua exclusivamente na medicina clínica e na docência.

Fiscalização

A ação da PF conta com o apoio da Anvisa e das Vigilâncias Sanitárias da Bahia, São Paulo e Pernambuco.