Merioldes Silva: Conheça a ciência que estuda os motivos que levam ao suicídio

vemvercidade 30 Mai, 2017 17:10 - Atualizado em 30 Mai, 2017 17:41

Beck refere que , "o modelo cognitivo da depressão evolui a partir de observações clinicas sistemáticas e de testagem experimental” e enfatiza que “a tríade cognitiva consistem em três padrões cognitivos maiores que induzem o paciente considerar a si mesmo, seu futuro e suas experiências de uma forma idiossincrásica” (peculiar).

Primeiro componente da tríade gira em torno da visão que a pessoa tem de si mesmo.

Segundo componente, consiste na tendência da pessoa deprimida interpretar suas experiências  atuais de forma negativa.

Terceiro, a pessoa tem uma visão negativa do futuro.

Além da depressão e a esquizofrenia, um terceiro personagem importante dessa história é o abuso em álcool, tabaco e outras drogas. Dados de um levantamento da Unifesp de 2013 apontam um crescimento de 20% no consumo freqüente de bebidas no Brasil, tendência que se repete no planeta inteiro. “A dependência química é uma das principais promotoras do transtorno”, afirma o psiquiatra André Astete, que hoje atua na Secretaria Municipal de Saúde de São José dos Pinhais, no Paraná.

Cabe esclarecer que a depressão depende de uma predisposição genética para se manifestar. Em outras palavras, nem estresse nem drinques a mais conseguem, sozinhos, deflagrar uma depressão. “Eles funcionam como gatilhos para o surgimento do distúrbio”, diz o médico Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria. O problema é que, na sociedade moderna, o número de fatores prontos para deflagrar uma crise parece só aumentar.

Segundo a Organização Mundial da Saúde:

Um milhão de pessoas cometeu suicídio no ano de 2000;

  • O suicídio é responsável por quase a metade de todas as mortes violentas no mundo;
  • Produzem-se mais mortes por suicídio que a soma de homicídios, terrorismo e guerras;
  • A cada 30 segundos uma pessoa pratica-o;
  • A cada 03 segundos uma pessoa atenta contra a própria vida;
  • Esta entre as 10 causas de morte mais freqüentes em todas as idades;
  • É a terceira causa de morte entre 15 e 35 anos;
  • Existem 20 tentativas para cada ato consumado;
  • 04 tentativas não conhecidas para cada uma registrada;
  • Calcula-se que para cada morte que se atribui ao suicídio produzem-se entre 10 a 20 intenções falhas de suicídio, que geram lesões, hospitalizações e traumas emocionais e mentais;
  • Vem ocorrendo um aumento alarmante na faixa etária de 15 a 35 anos;
  • Suicidam-se mais homens que mulheres, embora a maioria das intenções de suicídio ocorra entre as mulheres;
  • Cada suicídio gera danos emocionais, sociais e econômicos em numerosos familiares e amigos;
  • Para cada suicídio, ha em media, 05 ou 06 pessoas próximas que sofrem conseqüências emocionais, sociais e econômicas. Em relação ao dado anterior 1,4% do ônus global ocasionado por doencas em 2002 foi devido a tentativas de suicídio;

E mito quase se diz que falar em suicídio poderemos induzir o outro ao ato, pelo contrario, quando falamos de uma maneira clara e direta possibilitamos que o outro posso falar sobre sua ideação sem medo de uma critica. Apesar de ser um assunto desagradável, mas e algo que acontece e precisamos encarar de frente, o perigoso é não falar.

Existem muitos mitos que precisamos mudar. Ex: - Quem fala não faz (mito). Todas as pessoas que se suicidaram deram sinais ou aviso. – Se uma pessoa estiver determinada a se matar, nada pode impedi-la (mito). Mesmo pessoas extremamente depressivas, tem sentimentos conflitantes sobre a morte. – Falar sobre suicídio pode “dar idéia’’ (mito). Pelo contrario, falar sobre o assunto e uma das coisas mais úteis que você pode fazer.

Segundo o psiquiatra Carlos Cais, “precisamos alfabetizar nossas crianças emocionalmente, mostrando que falar sobre sentimentos, desabafar quando se sente mal ou chorar não são coisas ruins. A expressão de sentimentos colabora para o autoconhecimento. Se você tem uma noção melhor de como se sente, a procura por ajuda è antecipada.’’