Merioldes Silva: Feliz nova mulher, um 2018 cheio de renovações
Como diz Drumond de Andrade: Muito sábio dividir o tempo em 365 dias. Isso nos da oportunidade de recomeçar de repensar e refazer nossas vidas. Mas, percebemos também a preocupação das crianças em crescerem logo, do adolescentes em alcançar a maioridade e dos adultos retardarem a “melhor idade”.
Na última quarta (27) fomos assistir a um filme, minha família e eu, "Extraordinário" , o nome do filme e foi uma grata surpresa ver Sônia Braga aparecer como avó do personagem principal e ela era realmente a vó, com todas as rugas de uma vó, simplicidade e carisma e comecei a divagar sobre nossa necessidade de esconder o máximo possível a nossa idade a partir dos trinta, como se as rugas fossem feias ou sinais de derrota.
Vejo nossas atrizes (com raras exceções, tipo Fernanda Montenegro, Laura Cardoso...), cheias de cirurgias plásticas e bótox que fica difícil ate mesmo trabalhar com as expressões faciais. O que queremos esconder de verdade quando mascaramos as nossas marcas que trazem nossas vivências, nossas historias? Principalmente nos, mulheres.
O homem de cabelo grisalho é um coroa charmoso, a mulher com o cabelo grisalho ou totalmente branco é relaxada, mal amada e feia. Por que essa visão tão diferenciada entre situações iguais com personagens diferentes? Por que a discriminação e preconceito com a mulher que não tem vergonha de assumir sua idade e ostentar suas rugas e cabelos prateados? E ai dentro desta divagação lembro do livro de Jailma dos Santos Pedreira Moreira cujo titulo é: SOB A LUZ DE LAMPIÃO, onde ela descreve a mulher sertaneja, usando falas de Rachel de Queiroz, numa sociedade patriarcal e que as mesmas assumem sua fortaleza e muitas vezes cria situações onde a matriarca assume papeis destinados ao “homem”, mas com um disfarce para que o destaque seja o “macho alfa” ela, mulher sertaneja se camufla e se esconde por trás da figura do homem.
Segundo Rachel de Queiroz (apud Pedreira Oliveira, 2016), “matriarca é aquela que cria seu espaço de domínio próprio, assumindo uma relação de poder e decisão sobre o grupo familiar. A matriarca, muitas vezes, não exibe sua liderança em público, transferi-a para outrem...”
Que tipo de pessoa, mulher quero ser em 2018? A matriarca que assume a liderança de sua vida, muitas vezes deixando seus sonhos de lado pela evolução dos sonhos da prole? A mulher que precisa de botox, cirurgias plásticas e muitos disfarces para esconder a idade e sua historia? A mulher do século 21 que pode decidir, optar em ter rugas, cabelos brancos ( ou não), e através destes contar suas historias, suas lutas, derrotas e conquistas e ser matriarca da própria vida?
Não importa o que você decida ser, o que realmente importa é que assumas as rédeas de sua vida em suas mãos e sejas feliz, não só em 2018 e sim para sempre!
Nós desejamos um começo de ano novo impactante para todos.