MP denuncia sete PMs por suposto envolvimento no desaparecimento de adolescente em Salvador

vemvercidade 10 Set, 2018 10:19 - Atualizado em 10 Set, 2018 12:27
Davi Fiúza desapareceu em 24 de outubro de 2014
Foto: Rute Fiúza / Arquivo Pessoal Davi Fiúza desapareceu em 24 de outubro de 2014

O Ministério Público da Bahia denunciou nesta segunda (10) sete policiais militares por suposto envolvimento no desaparecimento de Davi Fiúza. O adolescente sumiu no dia 24 de outubro de 2014, na localidade conhecida como Jardim Vila Verde, na Estrada Velha do Aeroporto, em Salvador.

Os policiais denunciados pela Justiça são: Moacir Amaral Santiago, Joseval Queiros da Silva, Genaro Coutinho da Silva, Tamires dos Santos Sobreira, Sidnei de Araújo dos Humildes, George Humberto da Silva Moreira e Ednei da Silva Simões. Eles responderão pelos crimes de sequestro e cárcere privado.

A denúncia foi feita pelos promotores de Justiça Ana Rita Nascimento e Gildásio Galrão e distribuída para a 2ª Vara de Crimes Praticados contra o Menor.

Segundo a denúncia do MP, no dia do crime, os policiais participavam de um curso de nivelamento realizado pela 49ª CIPM e pelo Pelotão Especial Tático Operacional (Peto), com prática de incursão nas localidades do Cassange, Planeta dos Macacos, Vila Verde, dentre outras. O posicionamento das viaturas envolvidas no evento e de seus ocupantes foi definido a partir das informações dos mapas dos GPS instalados nas viaturas e dos aparelhos de rádio (HTs) dos seus comandantes.

O MP informou que, de acordo com os dados colhidos, alinhados aos relatos de uma testemunha que residia no local, Davi Fiúza foi abordado na Rua São Jorge de Baixo por quatro policiais armados e sem fardamento, que o colocaram com as mãos na nuca e de joelhos, próximo a um veículo azul e branco. Os outros três policiais fardados desceram até a rua através da Travessa Pitangueiras, indo ao encontro dos demais. A testemunha passou pelo grupo para ir à casa de uma vizinha e, no retorno, viu o veículo passando e os policiais fardados retornando andando. Foi a última vez que o adolescente foi visto na comunidade.

O MP afirma que a investigação da Polícia Civil não forneceu informações suficientes para denunciar os envolvidos por homicídio, pois não foi possível localizar a vítima ou os restos mortais para apontar as circunstâncias da morte, caso tenha ocorrido. “Não há qualquer outro indício que leve a sustentar a ocorrência do delito de homicídio no bojo do que fora coletado”, disse a promotora de Justiça Ana Rita Nascimento.