Número de brasileiros em áreas de risco passa de 8 milhões, diz IBGE

vemvercidade 28 Jun, 2018 14:46 - Atualizado em 28 Jun, 2018 14:49 Da Agência Brasil

Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 8,27 milhões de brasileiros vivem em áreas de risco em 872 municípios do país. Essas pessoas moram em 2,47 milhões de domicílios. Com o uso de metologia inédita, pesquisadores cruzaram dados do Censo Demográfico de 2010 com informações do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

“É a primeira vez que se tem um cenário de qual é a população brasileira em áreas de risco”, disse o coordenador de Geografia do IBGE, Cláudio Stenner, à Agência Brasil. A intenção, segundo ele, é gerar uma base de conhecimento que possa contribuir para a adoção de políticas públicas a fim de evitar tragédias decorrentes de desastres naturais. “A expectativa é que, em primeiro lugar, se gere a preservação da vida e, em segundo lugar, uma melhor mitigação dos efeitos em caso de desastre natural.”

O pesquisador afirmou que a pesquisa População em Áreas de Risco no Brasil é o início de uma série histórica que vai ocorrer sempre que houver a publicação do Censo Demográfico. Segundo ele, apesar da informação demográfica, estar distante oito anos, ainda assim, tem um caráter estrutural, porque essa situação não muda tão rapidamente.

“A vantagem desse trabalho é que nos últimos cinco anos passamos desenvolvendo a metodologia e produzindo esses dados. Com o censo de 2020, 22 ou 23, ainda não está fechado o calendário, poderemos dar uma resposta muito mais rápida, com uma atualização maior e comparação com a situação de 2010 do que mudou nessas áreas”, acrescentou.

Destaques

Com a análise de 308 municípios, a Região Sudeste foi a que teve maior número de pessoas em áreas de risco (4,26 milhões), que significam 9,8% da população total dessas cidades avaliadas, com destaque para os estados de São Paulo e de Minas Gerais. São Paulo registrou 1,52 milhão de pessoas, ou seja, 6,8% da população dos municípios monitorados. Minas Gerais somou 1,37 milhão, 14,8% em áreas de risco.

Na outra ponta, a Região Centro-Oeste, que teve 19 municípios monitorados, não ultrapassou o total de 2 mil habitantes em áreas de risco em nenhum deles. A pesquisa indica que havia 7,6 mil habitantes nessas localidades, o que representa 0,3% da população total dos municípios acompanhados.

Stenner chamou a atenção que, entre os municípios, Salvador, com 1,21 milhão de pessoas (45,5% da população total do município) é o que tem maior contingente em área de risco, seguido de São Paulo com 674,3 mil habitantes, mas nesse caso o montante representa 6% da população.