‘O antipetismo é o cavalo de Troia do ultraconservadorismo’, afirma professor-doutor baiano

vemvercidade 07 Jan, 2019 09:19 - Atualizado em 07 Jan, 2019 09:30
Professor-doutor da Universidade Federal da Bahia Wilson Gomes
Foto: Reprodução Professor-doutor da Universidade Federal da Bahia Wilson Gomes

Comentarista da Rádio Metrópole, o professor-doutor da Universidade Federal da Bahia Wilson Gomes comentou, nesta segunda-feira (7), a primeira semana do governo Jair Bolsonaro (PSL) na Presidência da República. Na opinião do professor, Bolsonaro venceu as eleições, acima de tudo, por um forte ideal antipetista.

“Bolsonaro foi eleito porque parecia ser o único candidato capaz de derrotar o antipetismo, os ultraconservadores parasitaram o antipetismo. O antipetismo é o cavalo de tróia do ultraconservadorismo que ganhou essa eleição”, resumiu.

O professor ainda ressalta que os ultraconservadores seriam apenas 20% da força eleitoral bolsonarista, enquanto o restante está interessado, acima de tudo, em outras pautas, como a derrocada da crise econômica e a resolução dos problemas de segurança pública. 

Segundo ele, houve, até agora, a confirmação de que a equipe é dividida em três grupos: o governo do ministro da Economia, Paulo Guedes, com iniciativas ultraliberais; o governo do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, da lei e ordem; e o governo de Bolsonaro.

“O governo Bolsonaro propriamente dito, tem essa pauta dos costumes, da guerra moral, da questão do ajuste da moralidade. O presidente parece ter a ideia que passou a presidir também a moralidade pública”, afirmou.

De acordo com o professor, há uma discrepância entre os dois primeiros e o terceiro: “Moro e Guedes são esse povo que estudou em Harvard e Chicago. A parte Bolsonaro, ultraconservadora, você tem a impressão que não saiu da 5ª série, eles têm uma compreensão do mundo baixamente sofisticada”. 

Entre as pautas “infantis” destacadas por Wilson Gomes, estão a ideologia de gênero, o politicamente correto e a volta do termo “comunismo” no vocabulário de campanha, coisa que não acontecia desde a eleição de Fernando Collor, em 1990.