Operação 'Em Chamas' apreende 2 milhões de fogos e resgata trabalhadores em situação análoga à escravidão na Bahia

vemvercidade 12 Jun, 2025 21:33 - Atualizado em 12 Jun, 2025 21:42
Serrinha, na região sisaleira, teve 7 mil unidades de fogos irregulares apreendidas; ação vai continuar durante o São João
Foto: Divulgação / Polícia Civil Serrinha, na região sisaleira, teve 7 mil unidades de fogos irregulares apreendidas; ação vai continuar durante o São João

A Polícia Civil da Bahia deflagrou, nesta quinta-feira (12), a Operação 'Em Chamas', uma ação de combate ao comércio e armazenamento irregular de fogos de artifício em diversos municípios do estado. A operação resultou na apreensão de cerca de 2 milhões de unidades e no resgate de seis trabalhadores em condição análoga à escravidão, de acordo com as autoridades.

As ações ocorreram em Feira de Santana, Alagoinhas e Serrinha, e devem seguir por outras cidades baianas ao longo do período junino.

Na cidade de Serrinha, localizada na região sisaleira da Bahia, os agentes localizaram e apreenderam cerca de 7 mil fogos de artifício comercializados de forma irregular. Segundo a Polícia Civil, os produtos estavam sendo vendidos sem a devida autorização dos órgãos fiscalizadores.

Apesar de o volume ser inferior ao registrado em outras cidades, a presença de pontos clandestinos de venda acendeu um alerta para a região, que possui grande movimentação durante os festejos juninos.

Em Alagoinhas, no nordeste baiano, as equipes encontraram uma fábrica clandestina com diversas irregularidades trabalhistas e sanitárias. Seis trabalhadores foram resgatados em condições degradantes, sem registro em carteira e sem equipamentos de proteção. O caso foi encaminhado ao Ministério Público do Trabalho e aos órgãos de assistência social do município.

Cerca de 2 milhões de fogos de artifício foram apreendidos na cidade, o maior volume registrado até agora na operação.

Em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, a Polícia Civil apreendeu aproximadamente 13.500 fogos irregulares em estabelecimentos comerciais. Não houve registros de trabalhadores em situação análoga à escravidão no município.

De acordo com o delegado Arthur Gallas, coordenador da Coordenação de Fiscalização de Produtos Controlados (CFPC), os locais fiscalizados não tinham autorização para funcionar e vendiam produtos ilegais, incluindo fogos artesanais, cuja comercialização é proibida.

“Na ação, encontramos uma fábrica clandestina e diversos pontos de venda irregulares. Todos esses locais foram interditados. Os que tinham produtos regulares foram lacrados até que regularizem sua situação junto à Polícia Civil, ao Exército, ao Corpo de Bombeiros e à Prefeitura”, explicou Gallas.

A Operação 'Em Chamas' será mantida até o fim do período junino, com novas fiscalizações previstas em outras cidades do interior da Bahia.

A operação teve caráter multidisciplinar e contou com a participação de diversos setores da segurança pública e da fiscalização, como o Draco, Deic, Depin, Coorpin/Alagoinhas, Exército Brasileiro, Sefaz-BA, Corpo de Bombeiros, DPT, Procon, Ibametro e Conselho Regional de Química.