Papa Francisco pede união para enfrentar pandemia na missa do Domingo de Páscoa

vemvercidade 12 Abr, 2020 10:51 - Atualizado em 12 Abr, 2020 10:55 G1
Papa Francisco celebrou missa do Domingo de Páscoa, com as portas da Basílica de São Pedro, no Vaticano, fechadas
Foto: Andreas Solaro / AFP Papa Francisco celebrou missa do Domingo de Páscoa, com as portas da Basílica de São Pedro, no Vaticano, fechadas

O Papa Francisco celebrou neste domingo (12) a missa de Páscoa, com a tradicional benção "Urbi et Orbi" (à cidade de Roma e ao mundo), sem a presença de fiéis na Basílica de São Pedro, no Vaticano, por causa da pandemia de Covid-19. Na celebração, que foi transmitida pela internet, ele pediu união para enfrentar a pandemia.


“Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro está sofrendo e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia”, disse o pontífice.


O pontífice fez um apelo para que não faltem os bens de primeira necessidade aos que vivem nas periferias, aos refugiados e aos desabrigados. O papa pediu ainda a redução das sanções internacionais que impedem a alguns países de proporcionar apoio adequado aos seus cidadãos. Ele também também apelou à solidariedade internacional "para reduzir, se não mesmo anular a dívida que pesa sobre os orçamentos dos países mais pobres."


“Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não faz distinção de pessoas.”


Como tradicionalmente não faz homilia durante a celebração no Domingo de Páscoa, sua mensagem foi transmitida no momento da benção "Urbi et Orbi", que é seguida da concessão da indulgência plenária.


Em tom bastante sóbrio, o pontífice dedicou sua mensagem aos afetados diretamente pelo novo coronavírus: enfermos, mortos e famílias das vítimas. Ele abriu mão do rito do “Resurrexit”, que recorda a surpresa do apóstolo Pedro ao ver o sepulcro vazio, pois, segundo a fé cristã, Jesus ressuscitou.


“Nesta noite, ressoou a voz da Igreja: ‘Cristo, minha esperança, ressuscitou!’. É um ‘contágio’ diferente, que se transmite de coração a coração, porque todo o coração humano aguarda esta Boa Nova. É o contágio da esperança.”


O papa defendeu que que as palavras indiferença, egoísmo, divisão e esquecimento não sejam ouvidas.


"Essas palavras prevalecem quando em nós vencem o medo e a morte, isto é, quando não deixamos o Senhor Jesus vencer no nosso coração e na nossa vida. Ele, que já derrotou a morte abrindo-nos a senda da salvação eterna, dissipe as trevas da nossa pobre humanidade e introduza-nos no seu dia glorioso, que não conhece ocaso.”


Francisco voltou a pedir a adesão ao apelo a um cessar-fogo global e imediato de todos os conflitos. “Este não é tempo para continuar a fabricar e comercializar armas, gastando somas enormes que deveriam ser usadas para cuidar das pessoas e salvar vidas.”


O pontífice mencionou conflitos na Síria, no Iêmen, no Iraque, no Líbano, em Israel e na Palestina, na Líbia, na fronteira entre a Grécia e a Turquia, em Moçambique, além da crise na Venezuela.