PM preso por homicídio pula muro e foge de prisão durante revista de cela

vemvercidade 27 Mar, 2024 17:55 - Atualizado em 27 Mar, 2024 17:57

O soldado da Polícia Militar Diego Kollucha Santos Vasconcelos, que estava preso no Batalhão de Choque da PM, em Lauro de Freitas, fugiu da Coordenadoria de Custódia Provisória (CCP) nesta quarta-feira (27). Ele já estava detido por suspeita de envolvimento de dois homicídios na região de Feira de Santana e, nesta manhã, foi alvo de uma acusação pelo homicídio qualificado de Juliana de Jesus Ribeiro.


A operação foi deflagrada pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Segundo o MP, o militar ainda estava na prisão quando recebeu o novo mandado. 


Segundo a polícia, a fuga aconteceu durante a revista das celas, quando o soldado e outros custodiados foram transferidos para uma quadra/solário da unidade. Ele conseguiu escapar pulando do muro e informações preliminares indicam que o fugitivo se feriu durante a ação. 


Está em curso uma operação policial para localizar e capturar o militar. Em nota, o Ministério Público informou que está trabalhando junto com as forças de Segurança Pública do Estado para localizar o policial militar e "está confiante de que ele será recapturado nas próximas horas".


Relembre o caso


O soldado da Polícia Militar Diego Kollucha Santos Vasconcelos foi alvo nesta quarta-feira (27) da ‘Operação Sangue Frio', deflagrada pelo Ministério Público estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), e pela Secretaria de Segurança Pública, por meio da Força Correicional Especial Integrada da Corregedoria Geral (Force).


Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. O PM é acusado pelo homicídio qualificado de Juliana de Jesus Ribeiro, ocorrido no dia 23 de maio de 2023, no município de Saubara.


Segundo a denúncia oferecida pelo MP, recebida pela Justiça na terça-feira (26) o policial executou a vítima sem lhe dar qualquer chance de defesa. Imagens registradas por câmeras de segurança da via pública onde aconteceu o assassinato mostram que o soldado executou a vítima, disparando tiros de armas de fogo contra Juliana, já rendida, totalmente indefesa, de costas para seu executor.


Conforme laudos policiais, Juliana foi atingida diversas vezes à queima roupa na cabeça, face, tórax, abdômen e braços. Os mandados foram expedidos pela Vara Criminal de Santo Amaro. Foram realizadas buscas na cela do Batalhão de Choque, onde o policial já se encontrava preso desde a deflagração da Operação Salobro, em outubro do ano passado, que investigou a participação de PMS em milícias na região de Santo Estévão.


"As evidências e provas do inquérito policial demonstram que o denunciado planejou, premeditou e executou a ação que culminou na morte de Juliana de Jesus Ribeiro", afirma o Gaeco na denúncia. 


Trezes dias antes da execução, o denunciado foi flagrado observando a rotina da vítima, percorrendo o mesmo percurso e realizando as mesmas ações que foram feitas na data do homicídio.


A investigação apontou que, por volta das 19h30 do dia do crime, Diogo Kollucha e um comparsa, ainda não identificado, renderam a vítima quando ela saía do trabalho, em técnicas semelhantes as de abordagem policial, obrigando-lhe a por as mãos na cabeça e a ficar de costas para eles. Ainda conforme a denúncia, o soldado alterou as placas do veículo utilizado no crime com a finalidade de dificultar a investigação.


Na decisão que determinou a prisão preventiva para garantia da ordem pública, a Justiça aponta haver fortes indícios probatórios de que o PM "praticou, em ação meticulosamente premeditada, homicídio qualificado, através de recurso que dificultou a defesa da vítima". Além disso, pontua a periculosidade do PM, que foi alvo da Operação Salobro.