Santaluz histórica: Aberta amostra com acervo fotográfico de Ascendino Marques e o filho Itário

vemvercidade 17 Ago, 2019 01:28 - Atualizado em 17 Ago, 2019 08:32 Da Redação
Amostra nesta sexta-feira (16) e segue até o dia 23 de agosto
Foto: VemVer Cidade Amostra nesta sexta-feira (16) e segue até o dia 23 de agosto

Começou nesta sexta-feira (16) e segue até o dia 23 de agosto, na antessala do auditório Lindaura Carneiro de Araújo, em Santaluz, uma amostra com acervos fotográficos de Ascendino Marques da Silva [in memorian] e Itário Araújo Marques’, respectivamente pai e filho. A ‘Santaluz Histórica: um registro imagético-artístico e documental dos fotógrafos luzenses’ tem a coordenação e curadoria da professora mestra Maria Amélia Silva Nascimento e do artista plástico Manoelito Carneiro das Neves. 

(Foto: VemVer Cidade)

A exposição foi aberta com uma mesa temática formada por professores, escritores e fotógrafos. Participantes e respectivos temas abordados: Manoelito Carneiro das Neves – A importância da curadoria; Maria Amélia Silva Nascimento – O papel da curadoria para a arte e educação; Itário Araújo Marques - A trajetória fotográfica de Ascendino Marques da Silva e a sua própria; Justino Nunes – Fotografias: um texto em cada contexto; João Garcia – Nascimento e desenvolvimento das técnicas fotográficas; Huda da Silva Santiago – Imagens, leituras e histórias; Edisvânio Nascimento – Imagem, patrimônio e memória: a arte que constrói narrativas e dá vida à História, e Nelci Lima da Cruz – Apresentação de cordel memorialista. A medição foi da professora Jussara Secondino. 

[ Veja a galeria de fotos do evento ao final da matéria]

(Foto: VemVer Cidade)

De acordo com os curadores, a amostra tem o objetivo de refletir sobre a importância da atividade desses dois fotógrafos luzenses para a cultura e arte local e regional, além de discutir e analisar o estilo estético, a criatividade, a técnica, o conteúdo e o significado das obras dos homenageados, cuja trajetória teve início a partir da década de 1920 com a atuação do saudoso Ascendino.

(Foto: VemVer Cidade)

A ‘Santaluz histórica’ reúne vários registros fotográficos do cotidiano e de monumentos da cidade que no último mês completou 84 anos. O auditório Lindaura Carneiro de Araújo fica na Avenida Getúlio Vargas, área central da cidade [anexo ao Cenos], e funciona das 08h às 11h30, das 13h30 às 16h30 e das 19h às 21h.

(Foto: VemVer Cidade)


Biografia [De Pai para filho]

(Foto: VemVer Cidade)

Ascendino Marques da Silva era filho do Tenente Agrippino Marques da Silva e de D. Diulina Lopes da Silva, que por sua vez era neta do Senhor Manoel Lopes, patriarca da família Lopes, pioneiro, desbravador e povoado, desde meados do século XIX, da vasta extensão territorial, onde hoje se assenta o Município de Santaluz. Podendo assim ser considerado como seu potencial fundador, haja vista que o arraial, vila e depois cidade de Santa Luzia originou-se da fazenda de mesmo nome, da qual ele era o proprietário.

Ainda adolescente interessou pela fotografia tenso projetado e produzido artesanalmente por volta de 1919, a sua primeira câmera fotográfica e se tornando o primeiro fotógrafo luzense, em um tempo em que fotografia ainda se escrevia com ph, era em preto e branco e revelada no escuro.

Nas décadas seguintes registrou através das suas lentes o desenvolvimento da sua terra natal, os acontecimentos importantes, pitorescos, culturais, políticos, sociais e religiosos, o cotidiano dos seus contemporâneos e muito mais. Infelizmente uma parte do seu acervo fotográfico perdeu- com o passar do tempo.

Em 1931 Ascendino casou-se com D. Eulina Araújo Silva, de cujo o matrimônio nasceu em 1946, Itário Araujo Marques, que a exemplo do seu pai, interessou-se pela arte da fotografia muito cedo , e ainda na infância a sua brincadeira favorita era fotografar "de mentira" aos outros meninos, seus colegas, usando uma velha câmera que foi de Ascendido Marques.

Itário não teve a oportunidade como seria desejável de aprender a fotografar com seu genitor, pois este faleceu  precocemente aos quarenta e sete anos de idade, quando Itário tinha apenas cinco anos, mas herdou-lhe o gosto nato pela fotografia cujo os rudimentos iria aprender mais tarde com os fotógrafos de rua, os saudosos lambe-lambes. 

Em 1958 adquiriu a sua primeira câmera e não parou mais de fotografar. Aos 15 anos já era fotógrafo profissional e montou o seu primeiro estúdio, o Times Foto mesmo época em que estudou fotografia o ITP - Instituto Técnico Profissional de São Paulo.

Em 1964 cursou jornalismo no ITC - Instituto Técnico Cultural do Rio de Janeiro, especializando-se como repórter fotográfico. Estagiou no antigo Jornal da Bahia, como correspondente e atuou como colaborador das revistas: O Cruzeiros, Acássia e Jornal do Maçom, dentre outras publicações. 

No decorrer do tempo Itario Marques modificou por duas vezes a denominação do seu estabelecimento, a saber em 1970, para Studio art fotos, e em 1986 para Marques Center Loja Estúdio Fotográfico denominação que ainda conserva na íntegra apenas por tradição e saudosismo, haja vista não manter o Studio na sua loja. Também teve atuação por um largo período como cinegrafista e produtor de vídeos.

Em seis décadas ineterruptas de atividades, Itário Marques fotografou três gerações de luzenses e teve, segundo as suas próprias palavras " o privilégio e o prazer" de captar com suas lentes e preservar para posteridade considerável parte da história recente de Santaluz. E, embora não atue mais profissionalmente, segue fotografando com hobby, ou como gosta de dizer "por prazer e paixão".