A taxa de pacientes internados com sintomas mais graves da Covid-19 dentre os casos ativos da doença na Bahia praticamente dobrou em relação ao registrado durante o pico da pandemia no estado. O número pode ser um reflexo da ausência de testagem de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, como alertou o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas (leia mais aqui).

No dia 13 de julho, a Bahia tinha 30.221 casos ativos da doença registrados. Neste dia, o estado tinha 1.522 pessoas internadas em leitos Covid-19, 750 na UTI. Era uma ocupação de 79% das 926 vagas oferecidas na rede pública de saúde.

Nesta terça-feira (22), de acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), foram identificados 9.684 infectados com a doença ativa, enquanto 738 pessoas estavam em UTIs. Os casos mais graves da doença ocupam 77% das 934 vagas atualmente disponíveis para os baianos. O número total de internados é de 1.236.

PIORES SEMANAS DA PANDEMIA

Na última sexta (18), o secretário de Saúde de Salvador, Léo Prates, alertou que as próximas semanas serão as piores na capital desde o início da pandemia. 

"Nós viveremos, a partir da semana que vem, as cinco piores semanas da pandemia. O sistema público de saúde está num momento muito mais crítico do que no auge da pandemia, porque eu estou pressionado com outras doenças, com pessoas que não se cuidaram na pandemia, especialmente pessoas com AVC e com infarto", relatou.

No dia 13 de julho, Salvador tinha 7.792 casos ativos de Covid-19 e 938 pessoas internadas, uma porcentagem de internação de 12% dos casos ativos. Ontem, eram 1.807 casos ativos e 650 internados. A taxa de internação por casos ativos atingiu o triplo: 36%. 

Ainda assim, questionado sobre as discrepâncias em relação ao número de internados, Prates garantiu que ao menos na Capital essa não é uma questão. "Não existe déficit de testes. Estamos aumentando. As 10 Upas testando, 43 unidades básicas e estamos voltando com as medidas de proteção à vida, estamos voltando com as testagens, com a coordenação de Fábio Mota (SEMOP). 

No âmbito estadual, o governo Rui Costa (PT) está em processo para adquirir mais 50 mil testes rápidos de antígeno, tipo swab nasal, para detectar o coronavírus.