Tenente-coronel da PM é investigado por encobrir ações de milícia na Bahia
O tenente-coronel da Polícia Militar Luís Augusto Normanha de Carvalho é alvo de investigação por suspeita de envolvimento com milícia no oeste da Bahia.
Segundo o Ministério Público da Bahia (MP-BA), ele recebeu, entre 2021 e 2024, pagamentos mensais de R$ 15 mil. O dinheiro teria vindo do sargento da reserva apontado como chefe do grupo.
Luís Augusto é diretor do Colégio da Polícia Militar de Bom Jesus da Lapa. Ele foi preso nesta segunda-feira (8), em Santa Maria da Vitória, por posse ilegal de armas.
Operação Terra Justa
A prisão faz parte da segunda fase da Operação Terra Justa, conduzida pelo MP-BA em parceria com a Polícia Civil.
Agentes também cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do oficial.
As investigações apontam que ele recebia vantagens para encobrir ações da milícia. O grupo é acusado de invadir terras de comunidades tradicionais em Correntina, usando violência, há mais de dez anos.
O tenente-coronel é investigado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Bloqueio de bens
Na primeira fase da operação, o sargento líder da milícia e um comparsa já haviam sido presos.
Agora, eles e outras três pessoas foram denunciados por crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A Vara Criminal de Correntina recebeu a denúncia em 5 de agosto. A Justiça determinou o bloqueio de bens que podem ultrapassar R$ 8,4 milhões.
Entre 2014 e 2024, a conta do sargento da reserva movimentou cerca de R$ 30 milhões. A maior parte dos depósitos veio de empresas ligadas ao agronegócio.