Diretor do sindicato dos trabalhadores da pedra de Santaluz pede reconhecimento à classe durante abertura de exposição sobre o tema.
Na noite da última sexta-feira (2) durante a abertura da exposição "A Arte da Cantaria: Uma Exposição da Família Boaventura Abreu, de Santaluz – Ba" , o diretor da STPS - Sindicato dos trabalhadores da pedra de Santaluz - levou a discussão sobre as condições de trabalho e o reconhecimento legal da profissão de canteiro. Durante seu discurso Carlos Matos da Silva, “Carlito” como é conhecido exaltou a importância cultural e econômica dos trabalhadores luzenses.
A extração mineral é uma das mais antigas ocupações do município que segundo o memorialista Nelci Lima da Cruz, a exploração de pedra na região de Santa Luz teve início antes mesmo da emancipação do município. No final do século XIX e início do século XX, a exploração de pedra para fazer paralelepípedos já era realizada no município e o transporte era feito em carroças com tração animal até a estação ferroviária, de onde os paralelepípedos eram transportados de trem para outras cidades da Bahia.
Apesar de ser ainda uma das principais fontes de renda do município à maioria dos trabalhadores da pedra encontra-se na informalidade, a extração da pedra e a profissão de canteiro ainda não são reconhecidos pelo INSS o que dificulta adquirir benefícios para estes profissionais.
Além da extração comercial Santaluz ainda trabalha com o beneficiamento e o artesanato
“o artesanato na pedra, trabalho realizado por moradores da cidade, como a família Boaventura, é reconhecido internacionalmente. A exploração e transformação da pedra de granito constituem-se em uma importante fonte de renda da população luzense.”
MATOS, Cláudio Gonçalves de, O trabalho dos canteiros de santa luz e as suas formas de organização , 2009.